Especialista tira dúvidas sobre o câncer de pele que acometeu a jornalista Marília Gabriela

Cerca de 185 mil novos casos diagnosticados em 2020

No início deste mês a apresentadora e jornalista Marília Gabriela, de 72 anos, pegou os fãs de surpresa ao revelar que foi diagnosticada com câncer de pele. A cirurgia para a retirada do tumor foi feita no dia 8, em pleno Dia Internacional da Mulher. Em suas redes sociais, ela aproveitou para reforçar a importância de cuidar da pele e ficar atento a qualquer sinal diferente, além do uso do protetor solar.

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o câncer de pele corresponde a 33% de todos os tumores malignos diagnosticados no Brasil. No caso da Marília Gabriela, o tumor era um carcinoma basocelular (CBC), o tipo mais comum de câncer de pele. “O CBC, geralmente, se manifesta como uma ferida que nunca cicatriza, em áreas do corpo de grande exposição solar, como rosto, colo e dorso. Quando diagnosticado precocemente, tem grande chance de cura”, explica a médica Marcela Loschi.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020 no Brasil, foram registrados cerca de 185 mil novos casos de câncer de pele. Alguns fatores de risco estão relacionados à formação desses tumores, como a exposição solar intensa e prolongada, pessoas com tons de pele e olhos claros, além de história familiar ou pessoal de câncer de pele. “Pessoas que trabalham se expondo diretamente ao sol, sem proteção adequada, são mais vulneráveis a desenvolver câncer de pele, semelhante ao que  acontece com as câmaras de bronzeamento artificial, que expõem os indivíduos à intensa radiação ultravioleta”, diz Marcela.

Ela acrescenta que somente um médico especializado é capaz de diagnosticar o câncer de pele, através do exame clínico e dermatoscópico. “A dermatoscopia é um exame realizado no consultório, no qual usamos um aparelho que permite a visualização de estruturas e camadas da pele que não são vistas a olho nu.”

Em algumas situações, o médico pode precisar de uma biópsia das lesões suspeitas para determinar qual o tipo de câncer de pele e indicar o melhor tratamento. “Dividimos os cânceres de pele em melanoma e não-melanoma; dentre os não-melanomas temos 2 tipos principais: o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC). O Melanoma, apesar de menos frequente, é o tipo mais agressivo e de pior prognóstico, com alto índice de mortalidade. O CBC, como dito anteriormente, é o mais prevalente e com baixa letalidade. Já o CEC é o segundo mais prevalente, sendo duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres.” enumera a dermatologista.

Sintomas e tratamento

Como as lesões cancerígenas podem ser semelhantes às lesões benignas, a especialista ressalta que é preciso conhecer bem a nossa pele. “Devemos saber identificar onde estão e como são nossas marcas e pintas, isso faz toda a diferença na hora de detectar a doença. Alguns sintomas não podem passar despercebidos como manchas que coçam, descamam ou sangram; sinais ou pintas que mudaram de tamanho, forma ou cor e feridas que não cicatrizam dentro de quatro semanas”, citou.

Ela ensina como vigiar a pele, através da Regra do ABCDE: A – assimetria, B – borda, C – cor, D – dimensão e E – evolução. “Sempre observe os sinais da sua pele, seguindo o ABCDE você consegue detectar, de forma precoce, alterações importantes, como mudança de cor, bordas irregulares, crescimento ou mudança da textura de pintas e lesões novas ou antigas, que podem ser indícios de um câncer”, orienta.

Ainda de acordo com a médica, o tratamento é definido pelo especialista e leva em consideração o tipo de câncer, a extensão, a agressividade e o local da lesão, bem como as condições de saúde do paciente. “A cirurgia é o tratamento mais indicado e eficaz, tanto para os tumores melanoma, quanto para os não-melanoma. Eventualmente outros tratamentos podem ser indicados, como radioterapia, crioterapia e imunoterapia; mas sempre visando a cura do paciente”.

Marcela ressalta que o diagnóstico e o tratamento precoces garantem maiores chances de cura, até para os tumores mais agressivos, podendo chegar a até 90%. Mas lembra que a prevenção é tão importante quanto o tratamento. “Evitar exposição solar prolongada e usar protetor solar de forma adequada são importantes armas contra o câncer de pele”, destaca.

Fonte: Marcela Loschi, clínica médica e dermatologista, com protocolo exclusivo para o tratamento de cicatriz de acne, além de procedimentos estéticos. Atua no Hospital MaterDei e em consultório médico particular, em Belo Horizonte (@dra.marcelaloschi). 

Foto: Divulgação
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